Hipotireoidismo
É uma condição causada pela diminuição dos hormônios produzidos pela tireoide (T3 e T4). Quando ocorre na infância, é denominada cretinismo. Na idade adulta provoca o acúmulo de substância amorfa rica em glicosaminoglicanos nos tecidos, provocando um edema não compressivo, essa condição é chamada de mixedema. A doença pode ser primária ou secundária:
-Primária: A própria tireoide apresenta alguma anormalidade que impede a liberação de seus hormônios.
-Secundária: A hipófise não produz quantidades suficientes do hormônio de estimulação da tireoide (TSH), geralmente isso ocorre após radioterapias para o tratamento de tumores cerebrais.
Os Hormônios secretados pela tireoide são de extrema importância para o metabolismo celular do organismo, por isso, muitos dos sinais e sintomas clínicos do hipotireoidismo podem estar relacionados com a taxa de metabolismo diminuída nesses pacientes.
O Hipotireodismo pode ser causado por: Hipoplasia ou agenesia da glândula tireoide, Terapia (iodo radioativo) ou cirurgia para tratamento do hipertireoidismo e doença autoimune (Tireoidite de Hashimoto).
Disponível em: http://www.medicina.ufmg.br/noticias/?p=35396 |
Quanto aos sinais e sintomas, muitos pacientes apresentam: Letargia, pele seca e áspera, edema da face e das extremidades, rouquidão, bradicardia e fraqueza. Muitos pacientes podem apresentar hipotermia. Em relação aos sintomas orais podemos encontrar: espessamento dos lábios e aumento difuso da língua (causados pelo acúmulo de glicosaminoglicano), se a condição ocorre na infância, problemas na erupção dentária são um achado importante.
O diagnóstico é feito com base na avaliação do T4, o mesmo estando alterado, faz-se uma avaliação do TSH para saber se a doença é primária ou secundária. O tratamento é feito com terapia de reposição hormonal (Levotiroxina). A doença possui um prognóstico bom para indivíduos adultos, para crianças o prognóstico é bom se a doença for diagnosticada cedo. Porém, se a doença não for identificada precocemente podem ocorrer problemas cerebrais permanentes, resultando em retardo mental.
Macroglossia - Aspecto oral importante da doença
Disponível em: http://www.fipapatients.org/disorders/sporadicpituitaryadenomas/ |
Hipertireoidismo
O Hipertireoidismo é causado por um aumento da produção dos hormônios tireoidianos, fazendo com que haja um aumento do metabolismo corpóreo. Normalmente essa condição é decorrente da Doença de Graves, uma doença autoimune onde auto-anticorpos são dirigidos contra os receptores de TSH na superfície das células da glândula, esses auto-anticorpos ligam-se a esses receptores e estimulam a produção de hormônios pela tireoide. Outras causas do hipertireoidismo são: Hiperplasia do tecido glandular e Tumores (benignos ou malignos).
Os principais sinais e sintomas encontrados nos pacientes são: Irritabilidade, intolerância ao calor, taquicardia, Proptose ou exoftalmia (característica marcante da doença) , pele quente e lisa, tremores, perda de peso, aumento de volume da glândula tireoide.
O diagnóstico é feito a partir da avaliação dos níveis de T4 e TSH. O tratamento pode ser feito com iodo radioativo (I-131), onde sua radioatividade destrói o tecido hiperativo da tireoide, trazendo os níveis hormonais para a normalidade. Existem ainda outras formas de tratamento para a condição, como a remoção cirúrgica de parte da tireoide e a partir da administração de medicamentos que bloqueiam a captação do iodo ( Propiltiouracil e Metimazol). O tratamento com base na remoção cirúrgica e pelo Iodo Radioativo normalmente levam o paciente a um quadro de hipotireoidismo, sendo necessário um terapia de reposição hormonal.
Protrusão dos olhos
Disponível em: http://anaflaviadermato.blogspot.com.br/ |
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertiroidismo |
Referências:
NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Trad.3a Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, 972p.
SETIAN, N. Hipotireoidismo na criança: diagnóstico e tratamento. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v. 83, n. 5, supl. Nov. 2007 .
NEVES, C. et al . Doença de Graves. Arq Med, Porto, v. 22, n. 4-5, 2008 .
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